segunda-feira, 8 de agosto de 2011

BULLYING: MELHOR PREVENIR




Gente, o assunto de hoje continua em pauta e foi muito bem abordado pela revista Perfil Médico daqui de Uberlândia.
Trata-se do bullying, e nós da Infância Real esperamos contribuir preventivamente ao compartilhar esta matéria com vocês.
Beijos Reais!!!
O bullying, um assunto que tomou conta da mídia e das escolas, não é um fenômeno da atualidade. Ele sempre esteve presente no cotidiano escolar, mas não era visto como algo prejudicial. Na década de 70, o sueco Dan Olwes, ao estudar a tendência suicida entre adolescentes, descobriu que a maioria desses jovens havia sofrido algum tipo de ameaça física ou psicológica. Dan nomeou essas “ameaças” de bullying, termo originado do inglês bully, que significa “valentão”. No Brasil, o termo é entendido como ameaça, tirania, humilhação. A junção dos dois significados nos fornece uma definição perfeita: o valentão que humilha, ameaça, agride, maltrata.
Bullying é uma situação caracterizada por agressões físicas e/ou psicológicas, propositais e repetitivas, entre pares (colegas de escola, de trabalho; grupos aos quais as vítimas deveriam pertencer). Ou seja, as agressões partem de uma ou mais pessoas contra um ou mais colegas, com a intenção de ridicularizá-los, humilhá-los e intimidá-los.
Sendo assim, três personagens são essenciais para compor a cena na qual ocorrerão as agressões: o autor, que deseja garantir sua popularidade, ganhar poder e obter uma melhor imagem de si mesmo; a vítima ou alvo, pessoa geralmente tímida, retraída e/ou que apresenta alguma particularidade física ou traços que fogem do padrão; e o espectador, personagem fundamental, pois a intenção do autor é humilhar sua vítima e se autoafirmar, sem plateia ficaria difícil. O espectador pode ser ativo, aquele que participa como torcida, reforçando as agressões, considerando-as normais; ou passivo, que não defende a vítima nem se junta ao autor, e geralmente sente medo de se tornar alvo. Neste contexto, os participantes da cena enfrentam, a curto e longo prazo, consequências físicas e emocionais, tais como dificuldades acadêmicas, sociais, emocionais e legais.
No entanto, o bullying não acontece apenas no ambiente real. Há o bullying no ambiente virtual, o cyberbullying, que consiste em agressões por meio das redes sociais, celulares, e-mails, entre outros. Tais meios dificultam a identificação do autor, além de espalhar as agressões em fração de segundo. O cyberbullying faz com que a vítima não se sinta segura em nenhum lugar.

É importante que pais e educadores fiquem atentos e identifiquem o bullying, no início, para evitar mais transtornos. Quando identificado, não deve ser omitido, deve-se falar abertamente sobre o assunto, pois o diálogo entre pais, educadores, vítima, autores e espectadores é essencial para combater o problema. Encaminhar os envolvidos para tratamento psicológico é de extrema importância, pois o bullying é uma patologia social e, como tal, deve ser tratado.
Desta forma, o bullying traz consequências sérias aos envolvidos. As vítimas podem desenvolver síndrome do pânico, depressão, fobias, e em casos mais severos cometer suicídio; os espectadores se tornarem autores ou se fecharem aos relacionamentos e se excluírem; e os autores podem passar por conflitos internos, algum tipo de desordem familiar, necessidade excessiva de se autoafirmar, e se não tratados podem levar esses traços para a vida adulta. A omissão é o pior remédio e a prevenção o melhor. Portanto, em conjunto, pais, educadores, psicólogos e outros profissionais podem acabar com esse fenômeno promovendo ações, tais como a retomada de valores, de respeito, de amizade, diálogos, palestras, e criando formas pedagógicas para trabalhar o tema.

Márcia Ribeiro
Psicóloga especialista em terapia comportamental cognitiva


Segue o link:



Nenhum comentário:

Postar um comentário